A semana foi marcada por decisões importantes na política monetária. O Federal Reserve, o banco central americano, manteve a sua taxa de juros, enquanto o banco central do Brasil reduziu a Selic em meio ponto percentual, levando a taxa para 11,25% ao ano.
Com a redução nos juros é esperado uma melhora no mercado de crédito, uma notícia importante em um momento em que o Brasil vive um recorde de pedidos de recuperações judicias. Após as Lojas Americanas entrar com esse recurso na justiça em janeiro do ano passado, várias outras empresas seguiram o mesmo caminho. A lista inclui a Light, Starbucks e, mais recentemente, a Gol. A repórter Luana Zanobia entrevista Luís Alberto de Paiva, diretor da Corporate Consulting.
No comunicado, o Copom informa que a decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte de 2024 e, em grau maior, o de 2025. O Comitê cita o “início da flexibilização de política monetária nas principais economias”, em referência à possibilidade de corte dos juros nos EUA neste primeiro semestre, mas avalia que o cenário “segue exigindo cautela por parte de países emergentes”.
O Copom reforçou a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista (com juros ainda elevados) até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.
Comunicado do Copom
“O ambiente externo segue volátil, marcado pelo debate sobre o início da flexibilização de política monetária nas principais economias e por sinais de queda dos núcleos de inflação, que ainda permanecem em níveis elevados em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom. A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, assim como as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,8% e 3,5%, respectivamente.
As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência* situam-se em 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,2% em 2024 e 3,8% em 2025.
Fontes: Veja, O Especialista, Valor