Início da semana volta os holofotes para inflação, emprego e cenários externos, com investidores em compasso de espera.
A semana começou com Ibovespa sem grande variação, oscilando próximo da estabilidade, enquanto os futuros de Wall Street apontam para leve alta — indicativo de um início cauteloso global. No radar interno, os olhos se voltam para o Relatório Focus, que traz projeções atualizadas para inflação, crescimento (PIB) e juros, além das estatísticas mensais do Caged e dados finais do emprego. Esses elementos vão moldar a narrativa dos próximos pregões .
No exterior, os investidores seguem atentos às tensões comerciais entre EUA e China, com decisões previstas para 9 de julho — data limite para renovação ou fim de tarifas adicionais. Nos EUA, o payroll de quinta será o grande termômetro da economia, enquanto 4 de julho fecha Wall Street em função do feriado de Dia da Independência .
Cenário local:
- Inflação projetada caiu pela quinta semana seguida, mas ainda acima do teto da meta (IPCA 2025 em 5,20%) .
- PIB estimado em cerca de 2,2%, sustentado por agropecuária e serviços .
- Moeda e juros: dólar leve alta (R$ 5,49) após queda recente; mercado espera manutenção da Selic e atenção ao Copom .
Fechamento de junho (mês e semestre)
Junho se despede com o Ibovespa praticamente estável, cravado em cerca de 136.800 pontos, apagando ganhos de maio e fechando no zero a zero: queda de 0,11% no mês . O saldo do semestre é moderadamente positivo, mas marcado por vaivéns intensos.
Cenários que marcaram junho e o primeiro semestre:
- Inflação persistente – IPCA-15 acumulou alta de 0,26% em junho. A inflação anual segue acima do tolerado (5,3% vs teto de 4,5%), levando o BC a manter a Selic em 15% .
- Dólar desvalorizado – após subir 0,72% em maio, o dólar recuou 0,75% e fecha junho em R$ 5,48 — seu menor valor desde outubro .
- Foco fiscal – a queda e reversão relâmpago no imposto IOF trouxe volatilidade e mostrou que o risco fiscal permanece em pauta .
- Crescimento com seletividade – o mercado elevou a expectativa de crescimento do PIB de 2,13% para cerca de 2,2%, mas atenção ao câmbio, inflação ainda fora da meta e decisões do Copom mantêm os investidores com perfil cauteloso .
Painel de indicadores

SPDR S&P 500 (SPY) continua em máximo histórico, sustentando o otimismo externo — o que influencia investidores emergentes.
Ibovespa seguiu alinhado a essa estabilidade, porém ainda atrelado a riscos internos: política fiscal, inflação e decisões do BC.

Fonte: JHC/Ibovespa/infomoney