Investidores reagem a votações no Congresso, expectativas sobre o Fed e tensões comerciais com os Estados Unidos
O mercado financeiro brasileiro inicia esta quinta-feira (18) em clima de cautela, com os investidores monitorando de perto tanto o ambiente político doméstico quanto os desdobramentos internacionais. A expectativa gira em torno das votações no Congresso Nacional que envolvem o futuro das contas públicas, em especial vetos orçamentários e projetos que podem alterar o equilíbrio fiscal.
Além disso, o foco está voltado para os Estados Unidos, onde o Federal Reserve (Fed) deve divulgar hoje declarações de dirigentes que podem reforçar, ou não, o cenário de manutenção dos juros altos por mais tempo. A possibilidade de uma postura mais rígida da autoridade monetária pressiona os mercados emergentes, impactando diretamente o câmbio e os investimentos no Brasil.
Outro fator de tensão vem da política comercial. Empresários brasileiros e americanos acompanham com apreensão a ameaça de tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo ex-presidente Donald Trump, que lidera as pesquisas para a disputa presidencial. A medida, que afeta especialmente o agronegócio e produtos industrializados, já provocou reação do governo Lula, que tenta costurar acordos bilaterais e articula uma resposta na OMC.
No campo das commodities, o petróleo tipo Brent opera próximo dos US$ 84,40 o barril, impulsionado por preocupações com oferta e tensões no Oriente Médio. Já o minério de ferro apresenta leve recuperação na Bolsa de Dalian, após quedas sucessivas causadas por incertezas na demanda chinesa. A soja, por sua vez, mantém estabilidade com leve viés de alta, sustentada pela expectativa de redução de estoques nos EUA.
No câmbio, o dólar comercial é negociado em torno de R$ 5,41, com variações moderadas desde a véspera. O real tende a seguir pressionado enquanto não houver uma sinalização mais clara do governo sobre o equilíbrio fiscal em 2025.
As bolsas internacionais também abrem com movimentos mistos. Em Nova York, os índices futuros operam em leve alta, com o S&P 500 e o Nasdaq tentando manter o fôlego após semanas voláteis. Na Europa, o índice Stoxx 600 recua diante de dados fracos da zona do euro. Já a Ásia fechou sem direção única: Tóquio em leve queda e Xangai em alta.
Por aqui, o Ibovespa fechou a última sessão em alta de 0,68%, aos 128.755 pontos, impulsionado pelas ações da Petrobras e bancos. O desempenho de hoje dependerá da reação do mercado às sinalizações vindas de Brasília e das decisões de política monetária dos EUA.
Enquanto o ambiente político continua em ebulição, o investidor adota cautela redobrada, atento aos sinais que possam influenciar os rumos da economia brasileira e global.
Panorama de Mercado – Quinta-feira, 18 de julho de 2025

Índices internacionais:
- S&P 500 (futuros): +0,24%
- Nasdaq (futuros): +0,35%
- Stoxx 600 (Europa): -0,17%
- Nikkei (Japão): -0,12%
- Xangai (China): +0,28%
Moedas:
- Dólar comercial: R$ 5,41
- Euro: R$ 5,89
- Libra esterlina: R$ 6,84
- Dólar turismo: R$ 5,65
Commodities:
- Petróleo Brent: US$ 84,40/barril
- Minério de ferro (Dalian): US$ 107,30/ton (+0,52%)
- Soja (Chicago): US$ 12,88/bushel (+0,10%)
- Ouro: US$ 2.397,10/onça (+0,15%)
Ibovespa (fechamento anterior):
128.755 pontos (+0,68%)
Fonte: JHC/B3/XP