A pergunta que paira sobre quem está entrando hoje no mercado de trabalho é direta e desconcertante: “O que eu faço com minhas redes sociais?”
Durante anos, o conselho clássico era “limpar o feed”, evitar opiniões políticas polêmicas ou, para os mais cautelosos, simplesmente tornar tudo privado. Mas em 2025, isso já não é o bastante. Segundo a consultoria Gartner, um em cada quatro candidatos pode ser falso até 2028. Isso está obrigando empresas a adotar métodos cada vez mais sofisticados para confirmar quem realmente está do outro lado da tela.
A análise de redes sociais passou a ser uma entre várias ferramentas usadas pelos recrutadores para verificar a autenticidade de um candidato. Mas o cerco digital vai além do Instagram e do LinkedIn. Empresas têm cruzado informações como:
- A idade do endereço de e-mail utilizado na candidatura;
- A operadora do telefone e seu histórico;
- E metadados de perfis públicos, como interações e tempo de atividade online.

Na prática, estamos diante de um novo modelo de triagem, que mistura segurança digital com reputação pública. E isso não se limita ao setor privado: o mesmo tipo de checagem foi usado, por exemplo, pela administração Trump no passado ao examinar pedidos de visto estudantil.
O ponto de alerta é claro: sua presença digital está deixando de ser apenas imagem e passando a ser prova de existência.
Num cenário onde inteligência artificial pode fabricar currículos, avatares e até simular entrevistas, empresas precisam se proteger. Mas o preço pode ser alto: privacidade, liberdade de expressão e autenticidade pessoal ficam no fio da navalha.
Para quem busca uma colocação no mercado, o desafio é balancear a presença online com responsabilidade, sem perder a própria voz. Porque se esconder pode parecer suspeito, mas se expor demais pode ser arriscado.
É a era da identidade como ativo, e também como vulnerabilidade.
Fonte: RHC/Forbes