O freio de mão da economia real. Juros altos começam a pesar e desafiam otimismo do mercado

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Enquanto o cenário externo traz alívio, dados internos de serviços e aluguel acendem um alerta. A perda de fôlego do principal motor do PIB e a pressão no custo de vida mostram os primeiros efeitos do aperto monetário.

Uma onda de otimismo vinda do exterior, com o arrefecimento das tensões entre EUA e China e a queda do petróleo, marcou o tom dos mercados financeiros nesta semana. No entanto, um olhar atento para dentro do Brasil revela uma realidade mais complexa, a economia real começou a puxar o freio de mão, e o principal motivo tem nome e sobrenome: juros altos.

Dois indicadores cruciais, divulgados nos últimos dias, funcionaram como um verdadeiro termômetro desse movimento, mostrando que o efeito do aperto monetário finalmente chegou à ponta.

1. O Motor do PIB Perde Tração

O sinal mais claro veio do setor de serviços. Segundo o IBGE, o segmento, que responde pela maior fatia do PIB, até registrou sua sétima alta consecutiva em agosto, atingindo um novo pico histórico. Contudo, o avanço de apenas 0,1% foi o mais fraco do semestre, beirando a estagnação. Essa perda de fôlego, após meses de crescimento robusto, é a evidência mais concreta de que a taxa Selic, mesmo em trajetória de queda, ainda opera em um nível restritivo que desestimula o consumo e o investimento das empresas.

2. O Orçamento Familiar Sob Pressão

Do lado das famílias, o aperto é sentido no custo de vida, especialmente na moradia. O mais recente índice FipeZAP mostrou que o preço do aluguel residencial continua sua escalada, com uma alta de 9,93% em 12 meses, superando consistentemente a inflação oficial (IPCA). Este fenômeno reflete um desequilíbrio entre a alta demanda por moradia e uma oferta que não acompanha o ritmo. Para o orçamento familiar, isso significa menos dinheiro disponível para consumir em outras áreas, como lazer, comércio e, ironicamente, os próprios serviços que agora desaceleram.

A Leitura do Cenário

A combinação desses dois fatores, um setor de serviços que para de acelerar e um custo de moradia que não dá trégua, desenha o retrato de uma economia que entrou em um novo ciclo. O otimismo do mercado financeiro, impulsionado por fatores globais, encontra um contraponto na cautela da economia real.

A mensagem dos dados é clara: o “remédio amargo” dos juros altos, aplicado para conter a inflação, está fazendo efeito. O desafio para o Banco Central e para a equipe econômica, agora, é calibrar os próximos passos para garantir que o freio de mão não se transforme em uma parada brusca, equilibrando o controle inflacionário com a necessidade de manter a economia em movimento.

Fonte: REdação HC

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