Mercado brasileiro arranca a sessão com tensão global: inflação europeia, saúde do crédito nos EUA e fraudes em bancos regionais.
O Ibovespa inicia esta sexta-feira (17) em leve baixa, refletindo o clima de aversão ao risco que domina os mercados globais após novas notícias negativas vindas dos Estados Unidos. Dois bancos regionais, o Zions Bancorp e o Western Alliance, revelaram perdas milionárias e suspeitas de fraude em empréstimos ligados a fundos de hipotecas comerciais, reacendendo o temor de contágio no sistema financeiro americano.
A tensão elevou o índice VIX, conhecido como o “termômetro do medo” de Wall Street, que disparou mais de 20% na véspera e alcançou o maior nível desde maio. Com isso, os futuros de S&P 500, Dow Jones e Nasdaq operam em queda, sinalizando um pregão de correção após semanas de valorização.
Na zona do euro, a atenção se volta para a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), que deve confirmar a desaceleração da inflação, mas ainda em patamar acima da meta do Banco Central Europeu. O dado é decisivo para as apostas sobre o ritmo de cortes de juros na região.

Nos Estados Unidos, o destaque da agenda econômica é a produção industrial, indicador acompanhado de perto para medir o fôlego da atividade em meio à política monetária restritiva do Federal Reserve. Qualquer sinal de enfraquecimento pode reforçar as apostas em novos cortes de juros até o fim do ano.
No Brasil, o Ibovespa futuro (WINZ25) recuou 0,49% na quinta-feira, aos 145.035 pontos, acompanhando o movimento externo. O dólar comercial ficou estável, próximo de R$ 5,46, e o petróleo Brent recua cerca de 1%, a US$ 60,45 o barril. Já as ADRs da Vale (VALE) e da Petrobras (PBR) operam em queda no pré-market de Nova York.
Os investidores locais seguem atentos aos próximos passos do Banco Central e à repercussão dos dados de inflação global, que podem afetar diretamente as expectativas sobre juros e câmbio. Em um cenário de forte volatilidade, a recomendação é de cautela: o mercado observa como o Brasil se posicionará frente à desaceleração internacional e às turbulências no crédito americano.
Fonte: Ibovespa
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