Além do mercado: Crises na saúde e educação revelam os desafios estruturais do brasil

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Enquanto o debate público se concentra em juros e bolsas, discussões urgentes em Brasília sobre o colapso dos hospitais filantrópicos e a crise na alfabetização mostram que as verdadeiras pautas do país estão em outro lugar.

Para além das planilhas do mercado financeiro e das oscilações diárias do dólar, a semana em Brasília foi palco de debates que expuseram as fissuras mais profundas do Brasil. Longe dos holofotes da Faria Lima, duas crises estruturais bateram à porta do Congresso, lembrando que os maiores riscos para o futuro do país não estão nos gráficos, mas na base da sociedade: na saúde e na educação.

1. Saúde na UTI: A Bomba-Relógio do SUS

O primeiro alerta, e talvez o mais grave, veio da Comissão de Assuntos Sociais do Senado. Gestores de hospitais filantrópicos e Santas Casas, responsáveis por mais de 70% dos atendimentos de alta complexidade do SUS, revelaram um cenário à beira do colapso: uma dívida acumulada de R$ 40 bilhões. A causa é o subfinanciamento crônico, simbolizado por uma Tabela SUS cujos valores cobrem apenas 60% dos custos reais dos procedimentos.

O recado foi direto: sem uma solução emergencial, o Brasil caminha para o fechamento de leitos e a interrupção de serviços essenciais. Trata-se de uma bomba-relógio que ameaça o pilar do sistema de saúde pública brasileiro.

2. Educação: Entre o Diploma e a Realidade

No mesmo Congresso, a educação vivia seu próprio paradoxo. De um lado, uma cerimônia de celebração, com o Senado premiando os 27 governadores pela adesão ao pacto nacional pela alfabetização. A “foto oficial” transmitia uma imagem de união e compromisso.

Do outro lado, a dura realidade que se impõe. Essa celebração acontece às vésperas da “prova de fogo” do Saeb, a avaliação nacional que, no fim do mês, irá medir o tamanho real do abismo na aprendizagem pós-pandemia. Os últimos dados mostraram um cenário desolador, e a expectativa é de que a nova avaliação confirme que o desafio de alfabetizar as crianças na idade certa ainda é gigantesco.

O Verdadeiro Risco-País

As duas pautas, embora distintas, convergem para um diagnóstico único: o Brasil enfrenta desafios estruturais que o otimismo passageiro do mercado não pode apagar. O subfinanciamento crônico da saúde e o abismo entre o discurso político e a realidade da educação são os verdadeiros entraves ao desenvolvimento. São essas as discussões que definirão se o país terá um futuro com cidadãos saudáveis, produtivos e com oportunidades reais.

Redação HC

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