O anúncio visa conter a inflação interna e reverter a queda de 67% nas exportações brasileiras de cafés especiais, o produto mais penalizado pelo recente “tarifaço” americano.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que pretende reduzir as tarifas de importação sobre o café, em uma sinalização estratégica para aliviar a pressão inflacionária no mercado americano e normalizar o fluxo comercial com o Brasil. A medida, se concretizada, reverterá os efeitos do recente aumento de 50% nas taxas aplicadas a diversos produtos brasileiros, que havia causado um impacto dramático no setor.
O “tarifaço” imposto anteriormente por Trump elevou a taxação para 50% em alguns itens brasileiros, com o café sendo um dos produtos mais atingidos. O resultado foi uma queda reportada de cerca de 67% nas exportações de cafés especiais do Brasil para a América do Norte. O Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo, sendo um fornecedor crucial para o mercado americano.
Impacto na Prateleira e a Razão da Mudança
A política tarifária não penalizou apenas os produtores brasileiros, mas também elevou os custos para os consumidores finais nos EUA. Artigos internacionais apontam que o preço do café instantâneo no país, por exemplo, subiu até 22% no último ano, contribuindo para a pressão inflacionária.
A proposta de Trump, anunciada em entrevistas, sugere um ajuste “cirúrgico” na política comercial. O movimento se baseia na lógica econômica de que o café é um “recurso natural indisponível” em escala comercial nos Estados Unidos. Isso significa que a tarifa não cumpre a função de proteger a produção doméstica, mas apenas a de encarecer o produto essencial para o consumo diário americano.
Especialistas do setor, como o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), vinham pressionando por essa reversão, alertando que a manutenção da tarifa forçaria os importadores americanos a buscarem outras origens, prejudicando o posicionamento de longo prazo do Brasil no mercado de alto valor agregado dos EUA.
A expectativa do setor é que a exclusão do café da lista de tarifas elevadas seja efetivada em breve, permitindo que as transações comerciais voltem à normalidade, em um alívio tanto para a balança comercial brasileira quanto para o bolso do consumidor nos Estados Unidos.
Fonte: Reuters/Folha
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