Mercados abrem a semana em alta, com foco em payroll, cenário geopolítico e risco fiscal no Brasil

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Mercado inicia a segunda-feira com otimismo enquanto investidores monitoram discursos de autoridades, dados nos EUA e cenário político local.

A semana começa com forte expectativa nos mercados, marcada pela divulgação de indicadores-chave do mercado de trabalho americano, incluindo JOLTS, relatório da ADP e o aguardado payroll na sexta-feira. Esses dados terão peso decisivo sobre os próximos passos do Federal Reserve, em meio a uma inflação ainda resistente e sinais mistos da atividade econômica.

No campo geopolítico, Xi Jinping pressiona por uma postura mais dura dos EUA em relação a Taiwan, enquanto Benjamin Netanyahu se reúne com Donald Trump para tratar do conflito em Gaza. O ambiente global reforça a busca por ativos de proteção: o ouro renovou recorde histórico acima de US$ 3.800 por onça, mesmo com bolsas da Ásia e da Europa em alta, acompanhando o tom positivo dos futuros americanos. Entre as commodities, o petróleo recua diante da retomada das exportações do Curdistão do Iraque via Turquia e da perspectiva de aumento de produção pela OPEP+.

No Brasil, a semana é carregada de eventos: divulgação de dados de emprego, votações relevantes no Congresso e expectativa em torno de um possível diálogo entre Trump e o presidente Lula. O Banco Central reiterou no Relatório de Política Monetária a necessidade de manter juros em território contracionista por mais tempo, diante de expectativas ainda desancoradas. Por outro lado, o IPCA-15 trouxe algum alívio, ao mostrar arrefecimento nos núcleos e nos serviços.

No terreno político, destaque para o encontro de hoje entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. A expectativa é de que Tarcísio confirme sua intenção de disputar a reeleição, movimento interpretado como tático, diante da fragilidade da oposição em articular um nome competitivo para 2026.

Outro ponto de pressão é o front fiscal: o governo aguarda decisão do TCU que pode obrigar Lula a bloquear até R$ 34 bilhões adicionais em pleno ano eleitoral. O tribunal advertiu que mirar apenas o piso da meta do arcabouço fiscal, e não o centro, é irregular. A Fazenda teme que um posicionamento mais duro reacenda o debate sobre mudar a meta de 2026, hipótese considerada desastrosa por analistas.

Os mercados globais encerraram a última semana em tom misto, reagindo ao PCE, índice de inflação preferido do Fed, que avançou 0,3% em agosto e acelerou para 2,7% em 12 meses. Apesar de ainda acima da meta, o dado não impediu que o consumo se mantivesse forte, sustentado principalmente pelas faixas de renda mais altas. Agora, os próximos indicadores de emprego serão cruciais para definir a calibragem da política monetária americana.

No pregão desta manhã, o Ibovespa iniciou em alta, acompanhando o otimismo externo, enquanto o dólar recua levemente frente ao real. Investidores seguem atentos tanto ao cenário internacional quanto às tensões políticas e fiscais domésticas.

Fonte: Ibovespa/Financial Times/Reuters/Money Times

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