Expectativa por corte de juros nos EUA e retomada do julgamento de Bolsonaro no STF puxam os mercados — commodities impulsionam, enquanto câmbio se mantém cauteloso.
O mercado brasileiro iniciou o pregão desta terça-feira (9) em clima positivo: o Ibovespa abriu em alta e já ultrapassou os 142 mil pontos, com os investidores animados com a perspectiva de um corte de juros pelo Federal Reserve em breve. No radar também está a retomada do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, que traz um componente de incerteza política ao cenário. As commodities seguem em destaque, com petróleo e minério de ferro em alta, favorecendo papéis como Vale e Petrobras. No campo dos juros futuros, as taxas dos DIs registram leve alta, e o dólar comercial opera com tímida valorização, cotado em torno de R$ 5,43. No exterior, o mercado acompanha a revisão anual do payroll dos EUA e indicadores de inflação na China, que devem guiar as apostas monetárias.
📊 Box Resumo – 09/09/2025
Região/Ativo | Variação/Status | Destaque |
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Ibovespa | 142.000 pts (+0,3%) | Correção após recorde |
Dólar Comercial | R$ 5,43 (+0,1%) | Cautela no câmbio |
Dow Jones | +0,3% | Alta moderada |
S&P 500 | +0,2% | Alta moderada |
Nasdaq | +0,5% (renovou máxima) | Tecnologia impulsiona |
Europa (DAX – Alemanha) | +0,4% | Atenção à inflação EUA |
Europa (CAC 40 – França) | +0,6% (oscilação por crise política) | Saída do premiê Bayrou |
Ásia (Nikkei 225 – Japão) | -0,9% (incerteza política) | Renúncia do premiê Ishiba |
Ásia (Shanghai Composite – China) | -0,7% (pressão econômica) | Dados fracos e incerteza |
Petróleo Brent | -1,8% | Ajuste por demanda global |
Ouro | +0,6% | Busca por ativo de refúgio |
O ambiente global de mercados permanece condicionado pelo ciclo monetário, com destaque para a trajetória das taxas de juros nos Estados Unidos. A queda recente nos rendimentos das Treasuries funciona como alicerce para os ativos de risco, efeito que se estende ao Brasil mesmo em meio ao barulho político. A agenda corporativa também rouba a cena: a Apple lança hoje o aguardado iPhone 17, cujo design mais fino e a possível reestruturação de preços podem redefinir margens diante de custos adicionais estimados em até US$ 1 bilhão por tarifas.

No Brasil, os investidores acompanham o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, com expectativa de condenação do núcleo central até sexta-feira. A ausência de indicadores relevantes amplia o foco sobre o tribunal, enquanto o Ibovespa corrige parte dos ganhos recentes após renovar recorde na semana passada. Na região, a derrota de Javier Milei na província de Buenos Aires acendeu alerta sobre a sustentabilidade de sua agenda econômica: a bolsa argentina despencou 13,25% e o peso perdeu 4,26% frente ao dólar.
Na Europa, a instabilidade francesa ganhou destaque após o primeiro-ministro François Bayrou perder um voto de confiança no Parlamento, tornando-se o quinto chefe de governo em menos de dois anos. A saída elevou os rendimentos dos títulos franceses acima dos italianos, acentuando as preocupações fiscais da região. Já no Japão, a renúncia do premiê Shigeru Ishiba, pressionado por derrota histórica do Partido Liberal Democrata, adicionou mais incerteza ao quadro asiático.
Nos Estados Unidos, os índices acionários iniciaram a semana em alta. Dow Jones +0,3%, S&P 500 +0,2% e Nasdaq +0,5%, sustentados por poucos setores, especialmente tecnologia e ouro. A expectativa agora se volta à divulgação dos dados de inflação e à revisão do payroll, que podem intensificar a pressão para cortes de juros na reunião de setembro do Federal Reserve.
O cenário mostra que, da Califórnia a Brasília, passando por Paris, Tóquio e Buenos Aires, os mercados operam sob influência combinada de política, tecnologia e juros.