Mercados iniciam a semana sob tensão com acusações contra a Nvidia, prévia do PIB brasileiro negativa e expectativa por decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
Com Estados Unidos e China reunidos em Madri para negociar novos termos de um acordo comercial, Pequim acusou a Nvidia de violar cláusulas antimonopólio ligadas à aquisição da Mellanox em 2020. A investigação preliminar da Administração Estatal de Regulação do Mercado (SAMR) levou a uma queda de mais de 2% nas ações da gigante americana no pré-mercado, aumentando as incertezas sobre o setor de tecnologia e sobre as próprias negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Nos Estados Unidos, os futuros do Nasdaq recuam, enquanto o S&P 500 avança levemente. Os investidores aguardam a chamada “Super Quarta”, quando o Federal Reserve deve iniciar o ciclo de cortes de juros. A expectativa predominante é de um corte de 0,25 ponto percentual, mas o foco estará no gráfico de pontos e na projeções dos dirigentes do Fed para inflação, emprego e taxa de juros nos próximos anos.
No Brasil, as atenções se dividem entre os indicadores e a política monetária. O IBC-Br, considerado prévia do PIB, registrou queda de 0,53% em julho, terceira retração consecutiva, sinalizando desaceleração da economia. Apesar disso, o Copom deve manter a Selic em 15% ao ano na decisão marcada para quarta-feira (17). O mercado espera, contudo, por detalhes sobre a percepção do Banco Central em relação à inflação e às perspectivas fiscais.
Na agenda desta segunda-feira, o Relatório Focus trouxe pequenas revisões para baixo nas projeções de inflação de 2025, mas ainda com incertezas relevantes no cenário. No exterior, dados da balança comercial da zona do euro e declarações de Christine Lagarde, presidente do BCE, também entram no radar.
Entre os ativos, o EWZ, fundo que replica ações brasileiras em Nova York, abriu a semana em leve alta, enquanto as commodities registram movimentos mistos: petróleo Brent sobe 0,36%, a US$ 67,23 o barril, e o minério de ferro recua 0,31%, cotado a US$ 111,76 na bolsa de Dalian.
O que está movimentando os mercados:
| Tema | Detalhes |
|---|---|
| China × Nvidia | Investigação preliminar da SAMR apontou que Nvidia não cumpriu condições estipuladas na compra da Mellanox em 2020. Isso traz incerteza para ações de tech, queda de ~2% no pré-mercado nos EUA. |
| Prévia do PIB (IBC-Br) | A atividade econômica brasileira mostra uma terceira queda seguida, o que alimenta dúvidas sobre se a Selic poderá mesmo recuar ou só estabilizar. |
| Focus & jaleco do Copom | Mercado espera que Selic seja mantida; inflação projetada em 2025 recuando ligeiramente no relatório Focus. |
| Cenário externo | Futuros nos EUA: Nasdaq patinando, S&P500 mais firme. Tem também expectativa pela “Super Quarta” (Fed + Copom). |
Possíveis desdobramentos a observar:
- Se a China definir punições para a Nvidia ou exigir mudanças mais drásticas, pode pesar mais no setor de tecnologia e reforçar tensões comerciais globais.
- Novo tom do Copom sobre inflação pode alterar expectativas de juros: qualquer sinal de que inflação vai persistir ou voltar pro teto/meta pode “segurar” expectativas de cortes.
- Resultado do IBC-Br abaixo do esperado pode gerar pressão para estímulos ou ajustes em política econômica, dependendo de como forem os próximos dados.
- Moedas emergentes vulneráveis: real pode oscilar dependendo de fluxo externo, petróleo, minério e ambiente internacional.
Panorama dos mercados – 7h30 (Brasília)
- Futuros S&P 500: +0,10%
- Futuros Nasdaq: -0,05%
- Futuros Dow Jones: +0,23%
- Euro Stoxx 50: +0,67%
- Londres (FTSE 100): -0,01%
- Frankfurt (DAX): +0,26%
- Paris (CAC 40): +1,01%
- CSI 300 (China): +0,24%
- Hang Seng (Hong Kong): +0,22%
- Nikkei (Japão): feriado
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Fonte: Financial Times, Reuters, Money Times, Investing, Ibovespa
