Cripto vira montanha-russa: ‘flash crash’ com tarifas de Trump e repique com tom mais brando sobre a China

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Bitcoin afunda com ameaça de tarifa de 100% a produtos chineses e volta a subir após Trump reduzir o tom; liquidações bilionárias expõem fragilidade do mercado alavancado.

O mercado cripto viveu um fim de semana de alta voltagem. Na sexta (10), a ameaça do presidente Donald Trump de impor tarifas de 100% às importações chinesas somada a possíveis controles de exportação de software, detonou aversão a risco global e um flash crash nas criptomoedas. Já nesta segunda (13), os preços reagiram depois que Trump suavizou o discurso em rede social, dizendo que os EUA “não querem prejudicar” a economia chinesa. As bolsas e os futuros em Nova York acompanharam o alívio.

Entre sexta e o fim de semana, bitcoin perdeu dois dígitos em minutos e arrastou o restante do mercado, num movimento acentuado por posições altamente alavancadas: só em uma hora, as liquidações ultrapassaram US$ 3 bilhões, perto de marcas históricas, segundo a Bloomberg. Nesta manhã, porém, BTC voltou a subir em torno de US$ 115 mil, acompanhando o rali de outras grandes moedas digitais.

O pano de fundo é a reprecificação do risco geopolítico. A ameaça tarifária veio em resposta às restrições chinesas a terras raras, insumo crítico para tecnologia e manufatura. O vai-e-vem retórico impactou também moedas e commodities. Com o dólar estabilizando e ouro renovando máximas, sinal de busca por proteção.

O que importa para o investidor

  1. Narrativa pró-cripto diferente blindagem a choques
    Mesmo após renovação de máximas do BTC em 6 de outubro, a classe segue sensível a choques macro e headlines. Em mercados alavancados, a direção acelera via stops e margin calls.
  2. Liquidações são termômetro de fragilidade
    Oscilações violentas com liquidação em massa sugerem excesso de risco em derivativos. Sem desalavancagem saudável, repiques podem ser técnicos e efêmeros.
  3. Janela tática versus tese estrutural
    A trégua verbal de hoje sustentou o repique em cripto e ações, porém, o contencioso EUA/China permanece, com risco de novas rodadas de tarifas/controles. Em paralelo, fluxos para ETPs seguem positivos, um suporte estrutural, ainda que insuficiente em dias de estresse.

Termos do dia

Flash crash:Queda súbita e intensa, seguida de recuperação rápida. É quando o preço de um ativo despenca em segundos/minutos muitas vezes por retirada de liquidez e reação em cadeia de algoritmos e depois recupera parte ou quase tudo rapidamente.

Stop loss: vende automaticamente para limitar perda; stop gain (ou take profit) realiza lucro ao atingir um alvo. Essenciais na gestão de risco, mas em volatilidade extrema podem ser acionados em massa, acelerando quedas.

Margin call: Chamado de margem em operações alavancadas. Quando o mercado vai contra uma posição alavancada e a garantia mínima cai, a corretora exige mais depósito (margem) ou liquida automaticamente a posição para conter o risco.

Por Hosa Freitas
Jornalista, consultora e especialista em comunicação institucional.

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