Mercados iniciam a semana em forte alta, sustentados pelo discurso moderado do presidente americano e pela perspectiva de estabilidade na guerra comercial com a China. No Brasil, atenção ao Boletim Focus e à agenda fiscal.
Os mercados globais amanhecem em alta nesta segunda-feira (13), impulsionados pela trégua verbal entre Estados Unidos e China. Após ameaçar tarifas de até 100% sobre produtos chineses, o presidente americano Donald Trump tentou minimizar o conflito, afirmando que Xi Jinping “teve um mau momento” e que os EUA “não querem causar uma depressão na economia chinesa”.

O gesto foi suficiente para acalmar os investidores e deflagrar uma onda de otimismo nas bolsas, especialmente após semanas de tensão geopolítica e sinais de desaceleração econômica global. Às 7h21, os futuros do S&P 500 subiam 1,33%, os do Nasdaq avançavam 1,87% e o Dow Jones registrava alta de 0,97%. O índice Euro Stoxx 50 também operava em terreno positivo, com alta de 0,72%, refletindo o bom humor internacional.
A agenda econômica é relativamente esvaziada, com feriado do Dia de Colombo fechando o mercado de juros nos Estados Unidos. Ainda assim, o noticiário segue movimentado. Trump participa da cúpula pela paz em Gaza, enquanto Lula cumpre agenda na Europa, com encontro no Vaticano e participação em debates sobre desenvolvimento sustentável.
No Brasil, o destaque é o Boletim Focus, que mostrará se as projeções de inflação e juros permanecem ancoradas após as recentes oscilações do câmbio e do petróleo. A balança comercial de setembro também será acompanhada de perto, sobretudo após os ajustes nas tarifas de exportação anunciados pelos EUA. O EWZ, fundo que replica o desempenho das ações brasileiras em Nova York, acompanha o movimento externo e sobe mais de 1%.
Cenário global mais leve
Nos últimos dias, as preocupações com o setor financeiro americano voltaram a assombrar os mercados após o colapso do Silicon Valley Bank (SVB). O Federal Reserve reagiu rapidamente, criando uma linha de crédito especial para conter o risco de contágio e evitar um “Lehman Brothers 2.0”. A medida reduziu as apostas de uma alta mais agressiva dos juros e abriu espaço para expectativas de corte na taxa básica ainda este ano.
A secretária do Tesouro, Janet Yellen, reforçou a visão de que a situação não representa uma crise sistêmica, enquanto dirigentes do Fed indicaram que o atual nível de juros já é suficientemente restritivo. Essa leitura contribuiu para a recuperação dos índices acionários, que vinham de fortes quedas.
Brasil: atenção à política fiscal
Internamente, o governo brasileiro deve concentrar esforços em torno da proposta do novo arcabouço fiscal, que o ministro Fernando Haddad apresentará ao presidente Lula nesta semana. O texto recebeu o aval da ministra Simone Tebet (Planejamento) e será determinante para a trajetória da Selic. Caso o plano seja considerado crível e responsável, pode reforçar a confiança dos investidores e abrir espaço para redução de juros ainda neste semestre.
Em meio a uma agenda de indicadores fraca, o mercado local tende a operar em compasso de espera, acompanhando o movimento externo e as sinalizações do Banco Central. A expectativa é de que os próximos dias consolidem o tom positivo visto nas primeiras horas desta segunda-feira — ainda que o ambiente global siga sujeito a sobressaltos políticos e comerciais.
Principais índices – 7h30 (horário de Brasília)
Região / Índice | Variação | Nível / Observação |
---|---|---|
🇺🇸 S&P 500 (futuros) | ▲ +1,33% | Otimismo com trégua EUA–China |
🇺🇸 Nasdaq (futuros) | ▲ +1,87% | Alta liderada por techs e IA |
🇺🇸 Dow Jones (futuros) | ▲ +0,97% | Reação positiva a fala de Trump |
🇪🇺 Euro Stoxx 50 | ▲ +0,72% | Mercados europeus em alta |
🇬🇧 FTSE 100 (Londres) | ▲ +0,04% | Sessão morna com feriado nos EUA |
🇩🇪 DAX (Frankfurt) | ▲ +0,52% | Apoiado por setor industrial |
🇫🇷 CAC 40 (Paris) | ▲ +0,51% | Recuperação leve após quedas |
🇨🇳 CSI 300 (Xangai e Shenzhen) | ▼ -0,50% | Realização de lucros |
🇭🇰 Hang Seng (Hong Kong) | ▼ -1,52% | Pressão sobre ações de tecnologia |
Brent (petróleo) | ▲ +1,64% | US$ 63,79 o barril |
Minério de ferro (Dalian) | ▲ +1,13% | US$ 112,80 por tonelada |
Fonte: B3/Veja/MoneyTimes
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