Investidores repercutem alta de 0,4% do IBC-Br e aguardam reunião entre Mauro Vieira e Marco Rubio em Washington.
Os mercados globais iniciam esta quinta-feira (16) em alta, impulsionados pelos resultados positivos do setor de tecnologia e pela expectativa de novos cortes de juros nos Estados Unidos. No Brasil, o foco está na divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o Banco Central, a atividade cresceu 0,4% em agosto na comparação com julho, revertendo parte da queda do mês anterior. Em relação ao mesmo período de 2024, o avanço foi de apenas 0,1%, reforçando o cenário de crescimento moderado.

O resultado indica que a economia segue resiliente, mas sem ritmo suficiente para permitir cortes adicionais na taxa Selic ainda neste ano. O Banco Central mantém o discurso de cautela diante da incerteza fiscal, enquanto o governo tenta fechar um novo pacote de compensações após a derrubada da MP que tratava do IOF. A ausência de medidas estruturais para recompor receitas e conter despesas continua sendo um fator de preocupação para os investidores, que veem o risco de desancoragem das expectativas inflacionárias como o principal obstáculo à redução dos juros.
No campo diplomático, os olhares se voltam para Washington, onde o chanceler Mauro Vieira se reúne com o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio. O encontro dá sequência à aproximação entre os dois países iniciada após a conversa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, e deve tratar principalmente da tarifa de 50% imposta pelos norte-americanos a produtos brasileiros. Qualquer sinal de distensão comercial será bem recebido pelos mercados, especialmente pelas exportadoras.
Na véspera, o Ibovespa encerrou o pregão em alta de 0,65%, aos 142.603 pontos, impulsionado pelas ações da Vale (VALE3) e da Eletrobras (ELET3). O dólar comercial caiu 0,13%, cotado a R$ 5,46. Lá fora, o ouro ultrapassou a marca histórica de US$ 4.200 por onça-troy, acumulando valorização de mais de 60% no ano. A escalada do metal reflete o aumento das tensões entre Estados Unidos e China e o reforço das apostas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve.
As bolsas asiáticas fecharam em território positivo, com destaque para o Japão e Taiwan, impulsionadas pela revisão para cima das projeções da TSMC, principal fornecedora de chips de Apple e Nvidia, que agora estima crescimento de receita superior a 30% em 2025. Na Europa, os índices operam de forma mista, refletindo a combinação de balanços corporativos positivos e preocupações com as tarifas comerciais. Nos Estados Unidos, os futuros de Nova York indicam abertura em alta, acompanhando o movimento global.
O cenário geral é de otimismo cauteloso: o Brasil mostra leve reação na atividade, os Estados Unidos ainda sustentam apetite por risco e as negociações diplomáticas oferecem chance de alívio para as exportações nacionais. Mesmo assim, o pano de fundo continua sendo de incerteza fiscal e geopolítica, exigindo atenção redobrada dos investidores.
Fonte: Ibovespa
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