Em reunião emergencial, Brasil sinaliza retaliação, prioridade à diplomacia e eventual recurso à OMC após carta de Trump.
O governo brasileiro reagiu de forma imediata à carta do presidente Donald Trump ao presidente Lula, anunciando tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. Em caráter de urgência, Lula convocou uma reunião com ministros da Fazenda, Relações Exteriores, Indústria e Desenvolvimento para definir a estratégia de resposta Estrutura da resposta brasileira
- Princípio da reciprocidade
A avaliação inicial é aplicar sobre taxas equivalentes sobre produtos norte-americanos, como anunciado pelo Planalto. - Negociação diplomática prioritária
O governo mantém o foco em negociar com os EUA e evitar escaladas econômicas, conforme orientação de Lula e indicação anterior do Itamaraty. - Ação na OMC
Estuda-se entrar com queixa na Organização Mundial do Comércio, modelo já requisitado anteriormente em casos relacionados ao aço.
Motivações e contexto
Trump justifica as tarifas como retaliação ao julgamento de Bolsonaro, que classificou como “caça às bruxas”, e às decisões do STF envolvendo redes sociais. Além disso, ele ameaça países do BRICS com tarifas adicionais de 10% em retaliação a políticas “antiamericanas”.
O anúncio provocou queda de mais de 2% no real e reacendeu temores de aumento de preços e impacto inflacionário .
Pontos críticos para o Brasil
- Soberania sob ameaça: a carta ultrapassa relações comerciais e intervém em assuntos internos brasileiros, citando Bolsonaro e o STF.
- Impacto econômico: setores exportadores, como o agronegócio, siderurgia e minerais, poderão sofrer perdas de competitividade.
- Diplomacia sob pressão: além de retirar o encarregado de negócios, o Itamaraty adota tom firme, buscando unir aliados do BRICS, Europa e Ásia.
- Resposta ponderada: equilibrar retaliação com negociação e projeção internacional será o desafio do governo Lula.
Veja também a análise completa no nosso site: Trump impõe tarifa de 50% ao Brasil em carta a Lula
Ainda nesta quarta-feira, o governo deve anunciar oficialmente sua resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos, detalhando quais produtos norte-americanos serão sobretaxados, em que setores haverá impacto direto e como será feita a operacionalização das medidas.
No curto prazo, também está em análise a possibilidade de acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) para contestar a legalidade da decisão unilateral norte-americana. Já no médio prazo, o Brasil deve acelerar o realinhamento de suas cadeias comerciais globais, intensificando negociações com parceiros estratégicos como União Europeia, Índia e China, além de fortalecer sua atuação conjunta no âmbito dos BRICS como resposta geopolítica ao gesto de Trump.
Fonte: JHC/Reuters/UOL/Globo
