Síndrome afeta 1 em cada 3 brasileiros e pode levar a esgotamento físico e emocional — saiba como identificar e buscar ajuda
Lido com burnout?
Burnout é uma síndrome de esgotamento crônico relacionada ao trabalho, reconhecida pela OMS como distúrbio ocupacional. No Brasil, 32% dos trabalhadores estão afetados por esse quadro severo de estresse não gerenciado. Para 72%, o ambiente de trabalho já é fonte ativa de tensão.
Segundo o Ministério da Saúde, os sintomas incluem exaustão física e emocional extrema, distanciamento do trabalho, displicência e queda na produtividade.
Sinais de alerta
Sentir-se tão esgotado a ponto de não conseguir sair da cama, tomar banho ou colocar uma roupa. Segundo a psicóloga Ana Maria Rossi, da International Stress Management Association no Brasil (ISMA‑BR), “a pessoa tem uma sensação de exaustão tão profunda que atividades simples como estas demandam um esforço sobrenatural”
De acordo com a pesquisadora Christina Maslach, pioneira mundial no tema o termo burnout foi usado originalmente para estresse crônico no trabalho, “mas hoje está banalizado e isso dificulta identificar quem realmente sofre da síndrome”
- Esgotamento físico e emocional (sono e apetite alterados; fadiga constante)
- Distanciamento mental do trabalho, dificuldade de concentração e memória reduzida
- Oscilações de humor: ansiedade persistente, irritabilidade, cinismo, desesperança
- Sintomas físicos: dor de cabeça, tremedeira, suor excessivo, palpitações, queda de imunidade
Consequências e panorama no Brasil
Em 2024, os transtornos mentais foram o motivo de quase 472 mil afastamentos do trabalho. Foi considerado como o maior número em uma década, um salto de 68% em relação ao ano anterior. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, esse crescimento acompanha a intensificação dos sintomas de estresse, ansiedade e depressão provocados principalmente por ambientes laborais de alta pressão e baixa empatia.
Segundo dados da ISMA-BR um em cada três trabalhadores brasileiros sofre de burnout, especialmente quem atua em setores de alta carga emocional e responsividade constante, como áreas da saúde, educação, tecnologia, comunicação e serviços. A presidente da entidade, psicóloga Ana Maria Rossi, alerta: “Não é uma questão de fraqueza, é um processo de colapso mental acumulado pela sobrecarga cotidiana, sem espaço para recuperação emocional”.
Diversos especialistas apontam ainda que a precarização das relações de trabalho, jornadas fragmentadas e cobranças incessantes contribuem para um ambiente propício à instalação de distúrbios mentais de caráter incapacitante.
Como agir — prevenção e tratamento
- Entenda o burnout: é doença ocupacional, não frescura. Caso identifique fraqueza extrema, desânimo e insônia, busque psicólogo ou psiquiatra.
- Ambiente de trabalho: empresas devem regular cargas, evitar metas irreais e criar cultura de cuidado emocional.
- Tratamento: envolve apoio psicológico, períodos de repouso (inclusive licença médica), e, quando necessário, uso de medicamentos. O INSS pode liberar auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, se comprovado vínculo com a atividade laboral.
- Ferramentas de gestão do estresse: uso do Maslach Burnout Inventory (MBI), práticas de autocuidado (exercícios, sono, limites de jornada) e valorização da saúde mental organizacional.


Fonte: Ministério da Saúde/ ISMA‑BR)