Cortes de gastos nos EUA contrastam com aumento de despesas no Brasil

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Enquanto Congresso americano mira educação para equilibrar orçamento, governo brasileiro expande gastos sem rever eficiência tributária

O Congresso dos Estados Unidos está prestes a votar um pacote fiscal que promete reformular profundamente o equilíbrio das contas públicas. Proposto por republicanos, o plano inclui cortes de mais de US$ 300 bilhões em programas de apoio ao ensino superior, com destaque para o Pell Grant, uma bolsa de estudos que, desde os anos 1970, tem permitido que milhões de estudantes de baixa e média renda ingressem e permaneçam na universidade. Hoje, o Pell Grant concede até US$ 7.395 por estudante por ano, beneficiando cerca de 7,4 milhões de jovens. A proposta prevê uma redução para US$ 5.710, já no ciclo 2026-2027.

A medida impactará principalmente nas pequenas instituições religiosas e comunitárias nos Estados Unidos, como revelou a reportagem da revista Forbes. O argumento do governo é conter o déficit fiscal projetado, que exige ações imediatas para manter a sustentabilidade da dívida pública. A meta dos congressistas conservadores é clara: cortar gastos, mesmo que isso atinja setores sensíveis como a educação.

Enquanto isso, o Brasil caminha em direção oposta. A carga tributária aumenta progressivamente, e os gastos públicos seguem em expansão. Programas como o novo PAC, o Pé-de-Meia, reajustes salariais setoriais e subsídios emergem em ritmo acelerado, sem uma análise clara de retorno ou de racionalização do uso dos recursos. O contraste chama atenção: de um lado, uma economia avançada tentando conter despesas em nome da saúde fiscal; do outro, um país em desenvolvimento que aposta na ampliação das despesas mesmo diante de um orçamento apertado e sinais de estagnação econômica.

A comparação entre os modelos expõe uma diferença profunda na condução da política fiscal. Nos EUA, os cortes podem ser impopulares, mas respondem a um objetivo claro de ajuste. No Brasil, o aumento de gastos ocorre sem um plano estruturado de avaliação de impacto, gerando um cenário de incerteza para investidores e contribuindo para a instabilidade dos indicadores macroeconômicos. O resultado prático, como apontam economistas ouvidos pela reportagem, é um ambiente de negócios fragilizado e uma população sobrecarregada por tributos.

“Enquanto o Tio Sam está mira na tesoura do Congresso Americano, Brasília ainda testa o elástico da arrecadação”, resume um analista político. A frase sintetiza o momento: os Estados Unidos, ainda que sob tensão política, discutem a fundo a necessidade de revisar o papel do Estado. O Brasil, por sua vez, expande sua estrutura sem a mesma preocupação com o equilíbrio de longo prazo. Esse descompasso pode custar caro.
Por Hosa Freitas, jornalista, especialista em gestão e antropologia da comunicação e Merlí Bradley especialista em gestão e reputação de marca.

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