Cotação do dólar despenca com otimismo fiscal, mas incertezas no Congresso pressionam Bolsa brasileira, que fecha a semana no vermelho.
O mercado financeiro brasileiro encerrou a sexta-feira com movimentos distintos entre o câmbio e a bolsa de valores. Enquanto o dólar registrou a menor cotação em oito meses, o Ibovespa fechou em leve baixa, refletindo cautela dos investidores diante de incertezas fiscais internas.
Apesar das altas nas bolsas de Nova York, o principal índice de ações da bolsa brasileira não conseguiu acompanhar o mercado externo e fechou em baixa nesta sexta-feira, 6. O Ibovespa B3 recuou 0,10% e terminou o dia aos 136.102,10 pontos. Na semana o saldo é de -0,67%.
O radar dos investidores esteve principalmente nos dados do payroll dos EUA, que trouxe números fortes na criação de emprego, o que afastou os temores de uma recessão na maior economia do mundo.
No cenário local, ainda são aguardadas mais novidades sobre as alternativas do governo ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O governo deve apresentar o planejamento aos líderes do Congresso em reunião no domingo, 8.
Dólar cai a R$ 5,57, menor valor desde outubro de 2024
O dólar à vista recuou 0,26%, encerrando o dia cotado a R$ 5,57. Na semana, a moeda acumulou queda de 2,63%, atingindo o menor patamar desde outubro do ano passado. A valorização do real foi impulsionada por expectativas de que o governo brasileiro apresente medidas fiscais alternativas à elevação do IOF, além de dados robustos do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que reduziram as apostas em cortes agressivos de juros pelo Federal Reserve.
Ibovespa recua 0,10% e acumula queda semanal de 0,67%
O principal índice da B3 fechou em leve baixa de 0,10%, aos 136.102 pontos, acumulando perda de 0,67% na semana. Apesar do desempenho positivo das ações da Petrobras, que subiram 0,92% (PETR4) e 1,2% (PETR3), o índice foi pressionado pelas quedas nos papéis do setor bancário, como Banco do Brasil (-2,4%) e Santander (-0,73%).
Cenário internacional: dados do payroll impulsionam bolsas nos EUA
Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York fecharam em alta, impulsionadas por um forte relatório de empregos (payroll) que superou as expectativas, indicando a criação de 139 mil vagas em maio. O S&P 500 atingiu os 6.000 pontos, enquanto as ações da Tesla tiveram recuperação parcial após quedas recentes.
Juros futuros recuam com melhora no câmbio e expectativas fiscais
Os juros futuros no Brasil fecharam em queda, refletindo a valorização do real e a expectativa de que o governo apresente medidas fiscais alternativas ao aumento do IOF. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 recuou para 11,25%, ante 11,35% no pregão anterior.
