“O mercado enfrenta dificuldades”
O tópico dominante de hoje inegavelmente gira em torno da política monetária, com os bancos centrais dos EUA e do Brasil anunciando suas decisões sobre as taxas de juros, marcando a primeira movimentação do ano neste sentido. O Federal Reserve dos EUA revelará sua decisão na parte da tarde, enquanto o Banco Central do Brasil (BCB) fará sua comunicação após o fechamento do mercado local, por volta das 18h30.
O dia foi desafiador na Ásia, principalmente devido às preocupações com a China e os impactos da crise imobiliária no crescimento do PIB, refletidos no índice PMI, que permanece abaixo de 50 pontos, indicando contração. Além disso, a China está realizando a maior consolidação do seu setor bancário, fundindo inúmeros bancos rurais em grandes entidades regionais, em meio a sinais crescentes de estresse financeiro.
Os mercados europeus também não tiveram um bom início nesta quarta-feira, seguindo a tendência dos futuros americanos, que estão em queda nesta manhã. Há análises importantes a serem feitas hoje: os resultados da Alphabet (dona do Google) e da Microsoft não foram tão positivos quanto esperado, causando ajustes no pre-market. Similarmente, as ações da Tesla estão em correção após a decisão judicial que invalidou a remuneração de Elon Musk. O dia será difícil para os nomes de tecnologia.
No cenário financeiro brasileiro, já estamos imersos na temporada de divulgação de resultados, com o Santander Brasil apresentando hoje seus números referentes ao quarto trimestre antes da abertura do mercado (foi pior do que o esperado). No entanto, o foco principal do dia recai sobre a decisão de política monetária. .
Espera-se que o Banco Central do Brasil siga com sua política atual, reduzindo a taxa de juros em 50 pontos-base e sinalizando cortes futuros na mesma linha. Entretanto, alterações no comunicado do Federal Reserve dos EUA, podem ser um fator decisivo, pois cortes de juros por lá podem facilitar as ações das autoridades monetárias latino-americanas, aumentando as chances de encerrarmos o ano com taxas em torno de 9% por aqui. Há expectativas de que os bancos centrais da América Latina intensifiquem o relaxamento monetário em 2024, se o progresso na desinflação possibilitar ciclos mais acentuados de redução nas taxas de juros.