Governo enfrenta erosão de governabilidade no Congresso, aponta Efraim Filho

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Líder do União Brasil no Senado aponta fragilidade da base governista, críticas à articulação política e alerta sobre “gastança eleitoral”.

A declaração do senador Efraim Filho (União Brasil/PB) de que o governo “perdeu a capacidade de impor agenda” no Congresso Nacional vai além de uma crítica partidária: é um diagnóstico claro do esgarçamento da base governista. Segundo o parlamentar, o Planalto opera sem maioria sólida, e as recentes derrotas em votações-chave escancaram a fragilidade da articulação política.

Para Efraim, o governo Lula precisa urgentemente decidir se seguirá pelo caminho do diálogo ou se continuará tentando impor sua agenda por meio de articulações frágeis. “Fica claro que o PT não tem uma base para chamar de sua, nem condições de impor uma agenda, mas tenta fazer isso à força”, afirmou.

A crise de articulação já produziu efeitos concretos. Votações como a da reoneração da folha de pagamentos, a derrubada do veto ao marco temporal e as medidas fiscais evidenciaram uma base desorganizada e pouco coesa. Outro sinal da perda de força foi a recusa do deputado Pedro Lucas Fernandes em assumir o Ministério das Comunicações, segundo Efraim, o episódio mostra que o Executivo perdeu até a capacidade de atrair aliados para cargos estratégicos.

A saída do PDT da base aliada aprofundou o isolamento do núcleo ideológico do governo e ampliou a distância em relação ao centrão. Para Efraim, isso indica a dificuldade do Planalto em dialogar com a diversidade política do Congresso.

O senador também criticou o que chamou de “gastança desenfreada” com viés eleitoral. Em sua avaliação, o governo tem elevado os gastos públicos sem compromisso com o equilíbrio fiscal, gerando desconfiança entre parlamentares. “O Legislativo não aceitará projetos voltados apenas a objetivos eleitorais. É preciso responsabilidade fiscal”, alertou.

Outro ponto destacado por Efraim foi a formação da federação entre União Brasil e PP, que, segundo ele, representa um movimento de maior autonomia em relação ao governo. “São partidos de centro-direita que contribuem com temas econômicos, mas se preservam em pautas de comportamento”, explicou.

Com foco em 2026, o senador reafirmou o apoio do União Brasil à pré-candidatura de Ronaldo Caiado, mas reconheceu que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desponta como a opção mais viável da direita. “Tarcísio reúne o eleitor bolsonarista e o de centro. Isso é decisivo para vencer as eleições”, avaliou.

As declarações de Efraim escancaram o desafio de governabilidade enfrentado pelo governo Lula III. Com apoio volátil e uma base cada vez mais dispersa, o Executivo se vê diante de um impasse: reconstruir pontes ou continuar acumulando derrotas legislativas.

“Ao que assistimos nas últimas semanas foi a uma reação do Congresso tentando se posicionar. O Congresso não pode ser alvo preferencial do ministro da Fazenda, se é ele quem dá sustentação ao governo desde a PEC da Transição”, concluiu Efraim.

Fonte: JHC

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