Confira o resumo do mercado na semana de 19 a 23 de maio, com os principais indicadores, balanços corporativos e perspectivas para os próximos dias.
O mercado financeiro fechou a semana em clima de festa, com o Ibovespa ultrapassando pela primeira vez a marca dos 140 mil pontos. A bolsa subiu embalada por boas notícias: expectativa de cortes nos juros, resultados positivos de grandes empresas e o otimismo renovado com a economia brasileira.
No câmbio, o dólar também seguiu o ritmo de alívio: fechou cotado a R$ 5,67, após uma semana de quedas.
Mas nem tudo é euforia: a inflação oficial do país, medida pelo IPCA, registrou alta de 0,43% em abril, acumulando 5,53% em 12 meses. Os dados de maio ainda não foram divulgados pelo IBGE, por isso o balanço considera as últimas informações disponíveis.
Na política monetária, o Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central reduziu a taxa Selic para 10,50% ao ano, decisão que dividiu os analistas do mercado. Parte considera o corte necessário, enquanto outros alertam para os riscos de reduzir juros em um cenário ainda incerto.
A semana também foi marcada pela divulgação de balanços corporativos de gigantes da economia brasileira, como Petrobras e Vale, que apresentaram resultados importantes para o cenário do mercado de ações.
Dólar fecha a semana em queda, cotado a R$ 5,67
O dólar comercial acumulou queda ao longo da semana, fechando cotado a R$ 5,67. A desvalorização da moeda norte-americana foi influenciada por fluxos de capital estrangeiro, otimismo com o ambiente macroeconômico brasileiro e redução do prêmio de risco após a decisão do Copom. No cenário internacional, a expectativa em torno das taxas de juros nos Estados Unidos também impactou o câmbio.
IPCA avança 0,43% em abril e acumula alta de 5,53% em 12 meses
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação no país, registrou alta de 0,43% em abril. No acumulado de 12 meses, a inflação soma 5,53%. O resultado de abril foi influenciado, principalmente, pelo aumento nos preços de alimentos e combustíveis. Os dados de maio ainda não foram divulgados pelo IBGE, por isso o balanço considera as últimas informações disponíveis. Apesar disso, o mercado ajustou para baixo a projeção da inflação para 2025 no Boletim Focus, passando de 5,51% para 5,50%.
Copom reduz taxa Selic para 10,50% e divide o mercado
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, fixando a Selic em 10,50% ao ano. A decisão dividiu o mercado: enquanto parte dos analistas avaliou que o ritmo de corte foi adequado diante dos riscos fiscais e da inflação, outra parte esperava uma redução maior, de 0,50 ponto percentual. A ata da reunião, que será divulgada na próxima semana, deve detalhar os argumentos do colegiado.
Balanços corporativos: Petrobras e Vale apresentam resultados
A temporada de balanços das empresas brasileiras trouxe novos números para o mercado. A Petrobras (PETR4) apresentou seus resultados do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$ 31 bilhões, impactado pelo recuo no preço do petróleo e despesas com dividendos. Já a Vale (VALE3) reportou EBITDA ajustado de US$ 3,2 bilhões, em linha com as expectativas do mercado. Os dados reforçam a importância das commodities no desempenho da bolsa.
Agenda econômica: o que esperar na próxima semana
A próxima semana trará uma série de indicadores relevantes para os investidores. Na segunda-feira (26), será divulgado o Boletim Focus e o resultado das transações correntes. Na terça-feira (27), saem o IPCA-15 e o IPC-Fipe. A quarta-feira (28) reserva os dados do Caged (emprego formal), enquanto o IGP-M e a PNAD Contínua serão divulgados na quinta-feira (29). Na sexta-feira (30), o destaque será o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2025.
Fonte: Mercado Financeiro por Hosa Freitas e Merlí Bradley
