Produção cresce apenas 0,1% em junho, abaixo do esperado; tarifas dos EUA ao Brasil agravam incerteza sobre demanda externa
Segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (1º de agosto), a produção industrial cresceu apenas 0,1% em junho ante maio — bem abaixo dos 0,4% projetados pelos analistas. Na comparação com junho de 2024, a indústria recuou 1,3%, reforçando o quadro de retração acumulada nos meses anteriores.
Economistas atribuem parte do desaquecimento ao chamado tarifão: os EUA impuseram tarifas de até 50% sobre diversos produtos brasileiros desde o início de agosto, incluindo setores como aço, agricultura e manufatura, pressurizando exportadores e minando a confiança no investimento.

O FMI, por sua vez, alertou que esses entraves comerciais podem impactar o crescimento do PIB, com uma redução estimada de 1,1 a 1,4 ponto percentual em 2025. Apesar disso, a expectativa geral é de uma expansão de cerca de 2,3%.
Além do desequilíbrio externo, o cenário interno de juros altos, custos logísticos elevados e a chamada “Custo Brasil”, com burocracia e infraestrutura deficiente, continuam a minar a competitividade da indústria nacional.
O avanço tímido de junho e a pressão tarifária global indicam um momento delicado para a indústria brasileira. Se as tensões comerciais persistirem, é possível que o setor continue freando sua recuperação, com riscos para exportações, produção e até para a inflação interna.
Fonte: RHC/Reuters/Infomoney