Com o Congresso revertendo o aumento do IOF, governo busca alternativas e investidores avaliam oportunidades em câmbio, renda fixa e Bolsa
A decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) abriu uma nova frente de tensão entre o governo e o Legislativo e acendeu alertas no mercado financeiro. O que parece, à primeira vista, uma boa notícia para quem viaja ou faz transações internacionais, esconde um rombo bilionário nas contas públicas que o governo agora precisa cobrir.
Enquanto o embate político ganha força nos bastidores do Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou três saídas possíveis: recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou seja, Judicializar a questão, alegando que a decisão do Congresso fere prerrogativa do Executivo, buscar novas fontes de receita, como dividendos de estatais ou taxação de altos rendimentos ou ainda fazer novos cortes no orçamento, o que afetaria áreas sensíveis como saúde e educação.
A equipe econômica avalia os próximos passos, enquanto o ambiente político segue em ebulição. A relação entre Executivo e Legislativo, já tensionada por questões fiscais, ganhou mais um ingrediente delicado.
De qualquer forma o impacto não é apenas institucional, chega diretamente ao bolso do cidadão, ao câmbio, à inflação e ao comportamento dos investidores. Nesta matéria, explicamos de forma clara o que muda com a queda do IOF, como a política monetária se entrelaça com a crise fiscal e quais estratégias são mais indicadas para quem quer proteger ou diversificar seus investimentos neste cenário.
IOF: queda que impacta o bolso (e o câmbio)
A decisão do Congresso Nacional de derrubar o decreto que aumentava as alíquotas do IOF pegou o governo de surpresa e gerou reações imediatas no mercado. O imposto, que incide sobre operações como câmbio, cartões de crédito no exterior e envio de recursos, voltou aos patamares anteriores: 1,10% para compra de moeda em espécie e 3,38% para uso de cartões fora do país.
A reação foi quase imediata: o dólar, que vinha flertando com R$ 5,50, recuou para a casa dos R$ 5,46, refletindo a expectativa de menor custo nas operações internacionais. Já o Ibovespa fechou com alta de 1%, atingindo cerca de 137 mil pontos, beneficiado também pela prévia da inflação abaixo do esperado.
Inflação e juros: uma equação delicada
Enquanto o câmbio aliviou, os olhos se voltaram para a inflação e a taxa básica de juros. O IPCA-15 de junho registrou alta de apenas 0,26%, surpreendendo positivamente os analistas e reforçando a ideia de que a pressão inflacionária está contida, ao menos por ora.
Mesmo assim, o Banco Central mantém a Selic em 15% ao ano, justificando a postura conservadora com os riscos fiscais e a instabilidade política. Caso o governo consiga encontrar equilíbrio entre gastos e arrecadação, o mercado poderá voltar a discutir cortes na taxa de juros, o que aqueceria ainda mais o apetite por renda variável.
A equipe econômica avalia os próximos passos, enquanto o ambiente político segue em ebulição. A relação entre Executivo e Legislativo, já tensionada por questões fiscais, ganhou mais um ingrediente delicado.

Estratégias para investir: oportunidades com cautela
Com o novo cenário, investidores devem reavaliar suas estratégias. Algumas oportunidades ganham destaque:
- Renda fixa: Com a Selic alta, títulos pós-fixados continuam atrativos.
- Dólar: A queda recente pode ser oportunidade para dolarizar parte da carteira — aos poucos, com preço médio.
- Bolsa: A recuperação do Ibovespa mostra apetite por risco, mas exige atenção ao cenário político e fiscal.
Para o pequeno investidor, o momento é de atenção, não de pânico. A diversificação e a cautela seguem sendo os melhores conselheiros em tempos de turbulência econômica e institucional.
Fonte: JHC/Agências