Trégua entre Irã e Israel alivia tensão, mas investidores monitoram possível retomada de tarifas por Trump e dados fracos da agenda econômica
A quarta-feira (26) começou em ritmo lento nos mercados financeiros globais, com investidores avaliando novos focos de tensão após a aparente trégua entre Israel e Irã. O ambiente de alívio geopolítico deu espaço para a retomada das preocupações com a possível reativação da guerra comercial entre Estados Unidos e União Europeia.
Segundo a Bloomberg, a União Europeia estaria se preparando para retaliar os EUA caso Donald Trump, em campanha para retornar à Casa Branca, leve adiante a promessa de aplicar tarifas amplas sobre produtos europeus. Uma das principais alvos da resposta europeia seria a Boeing — que já enfrenta sua própria crise de confiança, além do front comercial.
O prazo final para negociações comerciais entre EUA e UE termina em 8 de julho. A reimposição de tarifas poderá ocorrer já no dia 9, caso Trump siga com sua retórica.
Enquanto isso, os índices futuros americanos operam próximos da estabilidade, com leve viés de baixa: S&P 500 -0,04%, Nasdaq +0,05% e Dow Jones -0,09% (às 7h28). Na Europa, o clima também é de cautela, com o Euro Stoxx 50 caindo 0,24%.
A agenda de indicadores é considerada fraca para o fim de mês. Nos Estados Unidos, o destaque é o depoimento de Jerome Powell ao Comitê Bancário do Senado, marcado para 11h. Ontem, em conversa com deputados, o presidente do Fed afirmou não ter pressa em reduzir os juros.
No Brasil, o dia começou com o Banco Central ofertando até US$ 1 bilhão em leilão conjugado com swaps cambiais reversos. Também estão no radar dados do setor externo (8h30) e o fluxo cambial semanal (14h30). Lula e Haddad se reúnem para discutir aumento da mistura de etanol na gasolina.
Apesar do ambiente externo morno, o EWZ — fundo que replica ações brasileiras — subia 0,25% no pré-mercado em Nova York, indicando expectativa positiva para o Ibovespa.

Fonte: JHC/Ibovespa/Infomoney