O Brasil anunciou, nesta segunda-feira (18), que irá incluir no Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina contra a bronquiolite infantil, causada pelo vírus sincicial respiratório (VSR). O Ministério da Saúde seguiu, assim, a recomendação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que havia se manifestado favoravelmente à medida em 13 de fevereiro.
A vacina que será incorporada ao SUS é o Abrysvo, da Pfizer, e será incluída no Calendário Nacional de Vacinação da Gestante do Programa Nacional de Imunizações (PNI). Esta vacina, a primeira do mundo voltada especificamente para a proteção de bebês contra o VSR, recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso no Brasil em abril do ano passado.
A vacina será administrada em dose única e será destinada a gestantes de até 49 anos, sendo aplicada durante o segundo ou terceiro trimestre da gestação. O objetivo é permitir que a mãe desenvolva anticorpos contra o VSR, os quais serão transferidos para o bebê ao longo da gestação, proporcionando, assim, proteção ao recém-nascido.
Além disso, os estudos clínicos de fase 3 mostraram que a vacina reduziu em 81,8% os casos de doenças respiratórias graves nos primeiros três meses de vida dos bebês, e em 69,4% após seis meses de vida.
Em consequência disso, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) já recomendam a vacina como parte da rotina de gestantes, especialmente entre a 32ª e a 36ª semana de gestação. No mercado privado, o custo da vacina pode chegar a até R$ 1.692,54, conforme a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
Aprovação da Conitec
Para ser incluída no SUS, a vacina precisava, portanto, do parecer favorável da Conitec e da decisão final do Ministério da Saúde. Após divulgar a medida, a pasta afirmou que publicará nos próximos dias uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) para formalizar a inclusão da vacina no calendário de vacinação do SUS.
Vale destacar que, na América Latina, outros países como Argentina e Uruguai já incorporaram a vacina em suas redes de saúde pública. Além disso, o Brasil firmou um acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para garantir que a vacina seja disponibilizada aos países membros da entidade, por meio do Fundo Rotativo para Acesso a Vacinas.
Fonte: Ministério da Saúde