Paralisação recorde está perto do fim e o mercado já comemora antes do governo acordar

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Ata do Copom e IPCA de outubro reforçam apostas de corte da Selic já em janeiro, enquanto o fim do shutdown americano melhora o humor global.

A paralisação de mais de 40 dias do governo americano deve, enfim, acabar. O Senado aprovou o projeto de financiamento provisório que mantém as operações federais até 30 de janeiro, e o presidente da Câmara, Mike Johnson, já sinalizou apoio. O mercado não esperou a confirmação: comemorou na véspera, impulsionando o S&P 500 e arrastando bolsas europeias para cima, enquanto a Ásia ficou mista por causa da venda de ações da Nvidia pelo SoftBank.

O alívio global reacendeu o apetite por risco e ajudou commodities como o petróleo, que ainda navega entre dúvidas sobre oferta da Opep+ e a tensão constante entre Rússia e Ucrânia. No Japão, o governo prepara um pacote robusto de estímulos para 17 setores estratégicos, de semicondutores e IA a defesa nacional.

Nos EUA, os mercados de títulos ficam fechados hoje, pelo Dia dos Veteranos, mas as bolsas abrem normalmente.

No Brasil, a discussão é outra: selic, inflação e âncora fiscal.
A ata do Copom, divulgada hoje, reforçou a possibilidade de início do ciclo de cortes já em janeiro, com inflação convergindo e projeções ajustadas ao impacto da nova faixa de isenção do IR. O IPCA de outubro, estimado em 0,14%, deve puxar a inflação em 12 meses para 4,74%, consolidando o cenário.

Mas permanece a divergência entre política monetária e fiscal. O BC segurou os juros por causa de um governo que estimula a demanda sem contrapartidas sólidas, o que desacelera o combate à inflação. Ainda assim, a sinalização da autoridade monetária deixou o mercado otimista: o ciclo pode começar no início de 2026 e, com sorte fiscal no pós-eleições, levar o país de volta aos juros de um dígito entre 2027 e 2028.

No exterior, as bolsas americanas avançaram forte com o movimento político: Dow Jones +0,8%, S&P 500 +1,5%, Nasdaq +2,3%.
A aprovação no Senado remove parte das incertezas fiscais, destrava indicadores e dá mais visibilidade para o Fed calibrar o próximo ciclo de cortes.

Enquanto isso, na Europa, um raro sinal de distensão: China e UE avançaram em um acordo que libera a produção da Nexperia, aliviando pressões sobre o setor automotivo. A disputa tecnológica continua, mas o recuo momentâneo trouxe fôlego às bolsas asiáticas e europeias.

Região / AtivoVariaçãoNível / Observação
🇺🇸S&P 500 (futuros)▲ +0,59%Pré-abertura positiva (7h29)
🇺🇸Nasdaq (futuros)▲ +0,80%Techs sustentam o rali (7h29)
🇺🇸Dow Jones (futuros)▲ +0,38%Risco-on moderado (7h29)
🇪🇺Euro Stoxx 50▲ +1,52%Europa em alta (7h32)
🇬🇧FTSE 100 (Londres)▼ −0,49%Sessão mista (7h32)
🇩🇪DAX (Frankfurt)▲ +0,24%Alta leve (7h32)
🇫🇷CAC 40 (Paris)▲ +2,55%França lidera ganhos (7h32)
🇨🇳CSI 300 (China)▲ +1,48%Reversão de perdas (7h32)
🇭🇰Hang Seng (Hong Kong)▲ +1,84%Techs em alta (7h32)
🇯🇵Nikkei (Tóquio)▲ +1,76%Impulso de exportadoras (7h32)
Brent (petróleo)▼ −0,03%US$ 62,37 por barril (7h32)
Minério de ferro (Dalian)▼ −1,46%US$ 108,96 por tonelada (7h32)

Por Hosa Freitas
Jornalista, consultora e especialista em comunicação institucional

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