Capital e Produtividade: Uma relação que valoriza o trabalho

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Num país acostumado a ver o capital como vilão, a defesa de sua importância para o aumento da produtividade e da renda parece, muitas vezes, provocativa. Mas talvez esteja aí uma das maiores falhas da compreensão econômica popular — e política — no Brasil: ignorar que capital e trabalho não são inimigos, mas aliados naturais no processo de geração de riqueza.

O ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, retoma esse ponto com contundência ao afirmar que “quanto mais capital, maior a produtividade do trabalho, maior o salário”. Para ele, o capital é “amigo, é aliado, valoriza o trabalho”. Não se trata de um argumento ideológico, mas de um princípio técnico fundamental na ciência econômica: a produtividade do trabalho aumenta à medida que se acumula capital físico, tecnológico e humano.

O exemplo do jardineiro: capital e eficiência

Guedes ilustra esse raciocínio com a imagem simples, mas poderosa, de um jardineiro. Se ele usa apenas as mãos, leva dois dias para cortar um jardim. Com uma tesoura — um instrumento básico de capital — faz o mesmo serviço em um dia. Mas se tiver uma máquina de cortar grama e um carro para se locomover, é capaz de atender seis jardins por dia. Resultado? A produtividade dispara e o salário acompanha.

Esse raciocínio desmonta a tese clássica defendida por Karl Marx, para quem o valor de uma mercadoria está exclusivamente ligado ao trabalho nela embutido — e, por consequência, vê o capital como um agente de exploração. Guedes critica essa visão como um “erro técnico brutal que não passa num exame de primeiro ano de economia” e lembra que até hoje ela é repetida em debates políticos e acadêmicos.

Prosperidade: mais que crescimento, qualidade

Mas a simples acumulação de capital não é suficiente para garantir prosperidade. Guedes pontua que é preciso observar a renda per capita e, sobretudo, os fatores qualitativos que compõem esse crescimento, com destaque para a educação. A qualificação da mão de obra é o que permite que o trabalhador utilize bem os recursos disponíveis, amplie sua produtividade e conquiste melhores condições de vida.

A lógica, portanto, é integrada: capital investido em infraestrutura, máquinas, tecnologia e mobilidade só transforma vidas quando acompanhado por capital humano — educação, saúde, capacitação.

Um novo olhar para o desenvolvimento

O que está em jogo é a necessidade de superarmos discursos fáceis e polarizações superficiais. Demonizar o capital, como se ele fosse um instrumento de opressão, é impedir o avanço da produtividade e, por consequência, do próprio valor do trabalho.

Se queremos um país mais justo, mais próspero e mais competitivo, é preciso olhar para o capital como meio e não como fim — e entender que trabalho, capital e educação formam o tripé do progresso sustentável.

Por Hosa Freitas

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