O retorno do populismo fiscal: lições esquecidas

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

A derrubada do decreto que aumentava o IOF foi uma vitória do setor produtivo

Enquanto os Estados Unidos aprofundam cortes de gastos e consolidam a disciplina orçamentária, o Brasil de 2025 revisita a velha fórmula do populismo fiscal: mais promessas do que recursos, mais renúncias do que planejamento. A crise é real, mas a resposta parece cada vez mais improvisada.

A derrubada do decreto que aumentava o IOF, comemorada por setores produtivos e parte do Congresso, colocou o governo contra a parede. A medida era uma das poucas alternativas imediatas de aumento de receita para o cumprimento da meta fiscal de 2026. Sem ela, o Executivo cogita judicializar a decisão, cortar despesas em áreas sensíveis ou até propor novas tributações impopulares.

A dúvida é: o Brasil vai mesmo repetir os erros que o mundo já superou?

A diferença entre estratégia e improviso

Nos EUA, a contenção de gastos avança mesmo sob forte polarização política. O governo Biden promoveu cortes em programas emergenciais, reduziu incentivos temporários e reviu isenções fiscais com foco na sustentabilidade da dívida pública. O resultado é um ambiente mais previsível, que fortalece a moeda, atrai investimentos e reduz a pressão inflacionária.

Por aqui, seguimos com a receita conhecida: incentivo ao consumo, expansão de despesas, renúncias fiscais sem compensação e metas que mudam conforme o humor político.

Populismo fiscal: um velho conhecido

A prática de gastar mais do que se arrecada para atender pressões políticas de curto prazo é antiga. O problema é que, em 2025, o contexto internacional é outro: juros altos, crédito escasso e desconfiança generalizada exigem seriedade na gestão pública.

Quando o discurso político ignora a realidade fiscal, o resultado é previsível: perda de credibilidade, fuga de capitais e retração da economia real.

Lições ignoradas (de novo)

O contraste entre Brasil e Estados Unidos não é apenas econômico, é simbólico. De um lado, o esforço por previsibilidade e responsabilidade. Do outro, o velho jogo do improviso disfarçado de “sensibilidade social”. A conta, como sempre, virá. A única dúvida é: quem vai pagar?

🔗 Leia também: Cortes de gastos: EUA vs Brasil — dois caminhos em tempos de crise

Por Hosa Freitas
Jornalista, consultora e especialista em comunicação institucional. Atua há mais de 35 anos com posicionamento de marca, mídia espontânea e estratégias de reputação.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *