Com a Selic em 14,25% ao ano, adiar a entrega do Imposto de Renda 2025 pode ser vantajoso. Entenda como a correção da restituição funciona e quando vale a pena optar por essa estratégia.
A alta da taxa Selic, que atingiu 14,25% ao ano na última reunião do Copom, está mudando a forma como muitos brasileiros lidam com a declaração do Imposto de Renda. Tradicionalmente, quem tem direito à restituição corre para declarar o quanto antes, na esperança de receber nos primeiros lotes. Mas, com os juros em alta, a correção aplicada à restituição de quem declara mais tarde está se tornando uma estratégia financeira.
A Receita Federal paga a restituição em cinco lotes, entre maio e setembro, aplicando correção com base na taxa Selic para quem recebe nos lotes posteriores. Ou seja: quanto mais tempo se espera, maior o rendimento do valor restituído.
“Se você não precisa do dinheiro com urgência e tem a possibilidade de investir, esperar pela correção pode valer a pena”, afirma Luciana Pantaroto, planejadora financeira e vice-presidente da Comissão de Certificação da Planejar. Segundo ela, a correção não sofre incidência de imposto, ao contrário de aplicações como CDBs, que têm tributação de 15% a 22,5% sobre os rendimentos.
Quem deve considerar essa estratégia?
Essa opção é indicada para quem não precisa da restituição para quitar dívidas ou realizar investimentos com rentabilidade superior à Selic líquida. A correção do IR sendo isenta de tributação, pode oferecer ganho real competitivo, principalmente em tempos de juros elevados.
Contudo, a especialista alerta: a estratégia exige cuidado redobrado com os dados da declaração. Quem cair na malha fina só recebe após a regularização de pendências, o que pode adiar ainda mais o pagamento da restituição.
O pagamento da restituição segue a seguinte ordem de prioridade

Ou seja, declarar mais cedo ainda é vantajoso em termos de prioridade. Mas, se você não se encaixa nas categorias prioritárias, pode avaliar o ganho financeiro de esperar um pouco mais.
Correção da Restituição: Como é calculada?
A correção começa a ser contada a partir de junho (mês seguinte ao fim do prazo da declaração) até o mês anterior à liberação da restituição. No mês do pagamento, é acrescido mais 1% ao valor corrigido.
E quem tem de IR a pagar?
Para quem tem imposto a pagar, o valor não muda com a data de entrega. No entanto, se houver parcelamento, incide a Selic mensal mais 1%. A primeira parcela vence em 31 de maio. A declaração antecipada ainda ajuda no planejamento para o pagamento do imposto devido.
Com a Selic em alta, postergar a entrega da declaração do IR pode ser uma estratégia de rentabilidade para quem tem restituição a receber. No entanto, a decisão deve levar em conta a necessidade do recurso, a segurança das informações declaradas e o perfil financeiro de cada contribuinte.
Fonte: Investidores
