A aposta bilionária dos irmãos Stanley: de pioneiros do CBD a criadores de fármacos com cannabis e cogumelos

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De ícones do mercado de CBD nos Estados Unidos, os irmãos Stanley agora miram um novo território: a farmacologia botânica com base em plantas psicoativas, em busca de tratamentos para autismo, depressão e transtornos pós-traumáticos.

Os irmãos Stanley, que conquistaram notoriedade global com a criação da Charlotte’s Web, um dos primeiros produtos à base de CBD a ganhar projeção pública e aceitação institucional, agora estão de volta aos holofotes com uma nova e ousada empreitada. A meta? Desenvolver medicamentos baseados em cannabis e cogumelos psilocibinos com potencial de tratar condições como autismo, depressão e transtorno de estresse pós-traumático (PTSD).

A liderada do projeto está por conta de Joel Stanley, CEO da Ajna BioSciences e seu irmão, Jared Stanley, à frente da DeFloria, empresa que detém os direitos do primeiro fármaco da nova fase, o AJ001. A substância, ainda em desenvolvimento, é um composto botânico derivado da planta de cannabis, voltado especificamente para o tratamento do autismo, uma condição que, segundo os próprios Stanley, se tornou central na crise de saúde mental dos EUA e hoje atinge 1 em cada 31 crianças e 1 em 45 adultos.

Diferente da maior parte dos medicamentos no mercado, o AJ001 não é um fármaco de molécula única e sintética. Ele segue a via de aprovação da FDA para drogas botânicas, que exige comprovação científica sobre a segurança e eficácia de substâncias derivadas inteiramente de plantas. Qual o tamanho do desafio? Enorme. Até hoje, apenas quatro medicamentos botânicos conseguiram a aprovação da agência.

Ainda assim, o plano é ambicioso. A Ajna já captou US$ 11 milhões, com investimento direto da família Stanley, executivos da empresa e antigos investidores da Charlotte’s Web. Para conseguir navegar pelo processo regulatório da FDA, a propriedade intelectual do AJ001 foi transferida integralmente para a DeFloria, que busca levantar US$ 15 milhões adicionais com a gigante British American Tobacco (BAT) que vê na farmacologia canábica uma nova fronteira de negócios.

Apesar da legalização do uso medicinal da cannabis em 39 estados norte americanos e da venda recreativa em 25 deles, o universo farmacêutico baseado em cannabis ainda é um terreno quase inexplorado e muito mais complexo do que imaginamos. Entrar no campo médico com aprovação federal exige anos de ensaios clínicos, centenas de milhões de dólares e muito mais do que um bom produto: exige respaldo científico, lobby institucional e paciência.

Estudos com psicodélicos também vêm crescendo em prestígio nos últimos anos, com centros de pesquisa de renome como Johns Hopkins e Harvard investigando o uso terapêutico da psilocibina para casos graves de depressão. O movimento dos irmãos Stanley, portanto, não está isolado, ele parte de um novo capítulo da medicina moderna, onde natureza e ciência caminham lado a lado, sob o crivo da farmacologia oficial.

Mas o caminho entre o canteiro de plantas e a prateleira da farmácia é longo, regulado e ferozmente disputado. E mesmo com o pedigree dos irmãos Stanley no mercado de CBD, não há garantias de sucesso.

Se der certo, no entanto, os mesmos nomes que ajudaram a legitimar o CBD no mercado norte-americano podem estar agora abrindo caminho para que cogumelos e cannabis entrem, de forma legal e validada, nos consultórios e prescrições médicas.

Fonte: JHC/Forbes

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