Tarifaço dos EUA ameaça exportações brasileiras e pressiona empregos no Ceará

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Mais de 50% das exportações de cinco setores estão em risco com as novas tarifas de 50% impostas por Washington; siderurgia e calçados são os mais afetados

A imposição de uma tarifa de 50% pelos Estados Unidos sobre uma ampla gama de produtos brasileiros, com vigência prevista para 1º de agosto, acendeu o alerta vermelho no setor externo. Cinco setores estratégicos da economia nacional como siderurgia, calçados, carnes, maquinaria e agronegócio, estão entre os mais impactados. Segundo levantamento preliminar, mais da metade das exportações desses segmentos pode ser afetada diretamente, gerando efeitos em cadeia sobre produção, empregos e arrecadação.

O estado do Ceará desponta como o mais vulnerável. De janeiro a julho, o estado exportou cerca de US$ 556 milhões, sendo 52% desse montante destinado ao mercado norte-americano. A indústria siderúrgica, especialmente no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, responde por uma fatia significativa desse comércio — e concentra milhares de empregos diretos e indiretos.

Segundo analistas do setor, a aplicação das tarifas pode levar à suspensão de contratos internacionais, encarecimento dos produtos brasileiros e consequente perda de competitividade frente a fornecedores de outros países. Em setores de baixa margem e alta concorrência, como calçados e carnes processadas, o impacto pode ser devastador. O risco mais imediato é a paralisação de linhas de produção, com reflexos diretos no mercado de trabalho, somente no Ceará, são mais de 125 mil empregos que podem ser colocados em risco, direta ou indiretamente.

Além da pressão sobre o setor produtivo, as novas tarifas reacendem o debate sobre a dependência brasileira de poucos mercados e a necessidade urgente de diversificação. Especialistas apontam que a diplomacia comercial do país precisa ganhar fôlego, com abertura de novos acordos bilaterais, reequilíbrio de tarifas e fortalecimento de políticas de incentivo à exportação para mercados alternativos, como União Europeia, Ásia e países do Sul Global.

Embora o governo brasileiro tenha sinalizado que buscará soluções diplomáticas e medidas compensatórias, a reação prática ainda é limitada. A expectativa é que representantes dos setores afetados pressionem o Executivo e o Congresso por linhas emergenciais de crédito, desoneração fiscal e apoio logístico, na tentativa de mitigar os efeitos do tarifaço.

Fonte: RHC/MDIC/FIEC/Complexo Industrial do Pecém

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