Presidente da Câmara se reúne com Alckmin e Alcolumbre para discutir resposta à medida imposta por Trump; governo busca reverter tarifa considerada “injusta e inadequada”
Diante da crise comercial deflagrada pela nova rodada de tarifas anunciada pelos Estados Unidos, autoridades brasileiras reforçaram, nesta quarta-feira (17), um discurso de unidade nacional em defesa da indústria, da soberania econômica e dos empregos no país. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o momento exige ação coordenada entre os Poderes para evitar impactos mais profundos no setor produtivo.
“O tarifaço de Trump representa um ataque direto à nossa economia. É hora de união nacional para proteger a nossa indústria, o nosso país e os nossos negócios”, declarou Motta, após encontro com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre. A reunião contou ainda com a presença da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e de líderes partidários.

Segundo Motta, o Congresso está pronto para dar respaldo ao Executivo nas medidas que forem necessárias. “Estamos prontos para ficar na retaguarda do poder Executivo e agir com rapidez e agilidade. O Brasil não pode ser levado a situações em que decisões externas interfiram na nossa soberania”, afirmou.
Responsável por liderar as articulações comerciais e industriais, o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que as tarifas são “injustas” e distorcem os dados da balança comercial. “Há um equívoco. Os Estados Unidos têm superávit no comércio com o Brasil. A tarifa é inadequada e vamos trabalhar para reverter essa situação”, declarou.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, reforçou que o Parlamento está unido na defesa dos interesses nacionais e que o protagonismo na condução da crise deve ser do chefe de Estado. “O Legislativo vai defender os empregos dos brasileiros e a soberania nacional. O presidente acertou ao manter firme o posicionamento do Brasil, sem abrir mão do nosso protagonismo e dignidade como nação”, disse.
Nos bastidores, o governo estuda uma série de medidas diplomáticas e comerciais, entre elas a contestação formal na OMC (Organização Mundial do Comércio), além da busca por novos acordos bilaterais para compensar as perdas com a exportação. A posição brasileira também tem sido acompanhada com atenção por outros países do Sul Global, preocupados com o aumento do protecionismo no comércio internacional.
Fonte: JHC/Agência Câmara