Setor privado registra o maior nível de formalização da série histórica; dados do IBGE indicam melhora consistente no mercado de trabalho
A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre encerrado em maio, a informação foi divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (28). O número representa uma melhora em relação ao trimestre móvel anterior (6,8%) e ao mesmo período de 2024, quando a taxa estava em 7,1%. Este é o menor patamar desde o 4º trimestre do ano passado.
O dado sinaliza uma tendência positiva no mercado de trabalho, impulsionada especialmente pelo crescimento do emprego formal. De acordo com o levantamento, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 38,1 milhões, o maior da série histórica iniciada em 2012.
“Essa redução do desemprego é acompanhada de uma melhora na qualidade do emprego. O crescimento do trabalho com carteira assinada mostra que a recuperação não está apenas nos números, mas na formalização das relações de trabalho”, destacou Adriana Beringuy, coordenadora da pesquisa do IBGE.
Outros destaques da pesquisa
- População ocupada: 101,3 milhões de pessoas, alta de 2,6% em relação ao ano anterior.
- Taxa de informalidade: 38,7%, estável frente ao trimestre anterior.
- Setores que mais empregaram: comércio, construção civil e serviços.
- Rendimento médio real: R$ 3.181, com ligeira alta de 4,6% em relação ao mesmo período de 2024.
Embora o recuo do desemprego seja comemorado por economistas e pelo governo, analistas ressaltam que o movimento ocorre em um contexto de crescimento moderado da economia e elevada informalidade. O aumento da formalização é um dado relevante, mas ainda há desafios estruturais, como qualificação da mão de obra, estabilidade econômica e expansão do crédito.
O dado também tem peso político: o governo federal deverá usar o resultado como argumento na defesa de sua política econômica e no discurso de retomada da geração de empregos
Por Hosa Freitas
Jornalista, consultora e especialista em comunicação institucional. Atua há mais de 35 anos com posicionamento de marca, mídia espontânea e estratégias de reputação.
