Troca de acusações entre Elon Musk e Donald Trump derruba ações da Tesla e lança alerta nos mercados internacionais. Guerra de narrativas nos EUA antecipa tensão no dia do payroll e ameaça estabilidade econômica mundial.
Na manhã desta sexta-feira (6), os mercados internacionais amanheceram em compasso de espera. O que deveria ser um dia marcado exclusivamente sobre o relatório de empregos dos Estados Unidos — o payroll — ganhou contornos dramáticos com a queda histórica das ações da Tesla, provocada por um embate direto entre o ex-presidente Donald Trump e o bilionário Elon Musk.
As ações da Tesla, empresa-símbolo da transição energética global, recuaram mais de 14% na quinta-feira após uma série de trocas públicas de acusações entre Donald Trump e Elon Musk. O ex-presidente ameaçou retirar subsídios que sustentam parte dos empreendimentos do bilionário, provocando um movimento brusco de aversão ao risco por parte dos investidores.
No pré-mercado desta sexta-feira, os papéis da Tesla avançam cerca de 5%, tentando recuperar parte das perdas. A recuperação parcial se dá após sinalização de que os dois líderes devem conversar por telefone, numa tentativa de esfriar os ânimos. Ainda assim, o estrago está feito: o conflito expôs a fragilidade do setor de tecnologia frente às oscilações políticas dos Estados Unidos.
A Tesla já havia sido impulsionada no fim do ano passado por rumores de proximidade entre Musk e o governo Trump. Mas, com a crescente rejeição pública à postura do bilionário — somada à queda nas vendas na Europa e ao avanço de montadoras chinesas — os ganhos se dissiparam.

Enquanto isso, os investidores voltam as atenções para o payroll de maio, que será divulgado ainda nesta manhã. Indicadores prévios já apontaram desaceleração no mercado de trabalho americano, potencialmente causada pela guerra comercial travada por Trump contra parceiros estratégicos. O relatório pode influenciar os rumos do Federal Reserve, afetando diretamente os juros, o dólar e os mercados emergentes — Brasil incluído.

Além disso, o cenário global mostra sinais mistos:
- O índice futuro do S&P 500 sobe 0,45%,
- O Dow Jones, 0,35%,
- Enquanto a Europa opera em leve queda.
Na Ásia, as bolsas chinesas recuaram, e Tóquio teve alta de 0,50%.
No Brasil, o fundo EWZ, que replica ações nacionais em Nova York, abre o dia perto da estabilidade. A Petrobras, por sua vez, segue de olho no barril de Brent, que opera em US$ 65,35 com leve alta.