O impacto do calor na produção e qualidade do café

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O calor extremo pode elevar o preço e baixa a quantidade e qualidade do grão no próximo ano

O café, uma das bebidas mais consumidas no mundo, está enfrentando sérios desafios devido aos impactos do calor extremo. Nos últimos anos, as altas temperaturas, a falta de chuvas e o aumento das pragas e doenças têm prejudicado a produção em diversas regiões produtoras do Brasil, o maior produtor mundial de café. Com a intensificação do aquecimento global, especialistas apontam que a tendência é de uma queda nas colheitas, que pode afetar a oferta, a qualidade e o preço do grão nos próximos anos.

“Dez dias fazendo 40° C, os outros trinta dias fazendo 35°C e quarenta e dois dias sem chuva, sem uma gota d’água. É uma condição muito severa mesmo, como a gente nunca viveu em anos anteriores”, relata o produtor de café Pedro Berengan.

A plantação dele fica em Cerqueira César (SP), um lugar onde décadas atrás o problema eram fortes geadas.

Nos últimos meses, produtores enfrentaram uma seca prolongada, com chuvas abaixo da média, somada a temperaturas recordes, que aceleraram a maturação dos grãos e prejudicaram o crescimento das plantas. Esse cenário não só diminui a quantidade de grãos disponíveis para a colheita, mas também impacta sua qualidade. O calor excessivo e a falta de umidade afetam o sabor do café, que pode se tornar mais amargo e menos aromático, prejudicando a experiência do consumidor final.

Além disso, as altas temperaturas favorecem o surgimento de pragas e doenças, como a broca do café e a ferrugem, que destroem as plantas e tornam a produção ainda mais difícil. Esses fatores combinados têm levado a uma redução da oferta e ao aumento nos custos de produção, o que, inevitavelmente, reflete em preços mais altos para o café. Em algumas regiões, o grão tem sido vendido a preços recordes, o que coloca a bebida cada vez mais distante do bolso de muitas famílias.

Efeitos Climáticos

O aquecimento global é apontado como um dos principais responsáveis por esse cenário. Com o clima mais imprevisível, a agricultura em várias regiões, especialmente as mais dependentes do café, tende a sofrer mais com a irregularidade das chuvas e o aumento da temperatura média. Se nada for feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, o futuro das colheitas de café no Brasil e em outros países produtores pode se tornar cada vez mais incerto, com colheitas menores e menos rentáveis.

Diante disso, o futuro do café pode exigir novas estratégias de cultivo e adaptação, como o desenvolvimento de variedades de café mais resistentes ao calor e a melhoria das técnicas de irrigação. Além disso, políticas públicas que promovam práticas agrícolas sustentáveis e a proteção das plantações contra os efeitos do clima também se tornam cada vez mais urgentes.

A previsão é de que, entre 2030 e 2050, o aquecimento será de mais 1,5°C. Parece, pouco, mas não é. Para o café arábica, o mais produzido no Brasil, que aguenta uma temperatura entre 18°C e 22°C, o impacto pode ser devastador.

Enquanto isso, os consumidores podem perceber os impactos dessa crise na hora de comprar um pacote de café. O aumento dos preços e a variação na qualidade do produto são reflexos de um cenário que, se continuar a se agravar, pode afetar a disponibilidade dessa bebida tão apreciada em todo o mundo.

Com a produção de café em risco, a pergunta persiste: vai ter café para todo mundo? As mudanças climáticas e seus efeitos sobre as colheitas de café exigem uma reflexão sobre o futuro dessa indústria e suas consequências para o consumidor global.

Fonte: Redação com informações de produtores rurais

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